domingo, 17 de janeiro de 2010

Projecto cultural do regime

No contexto de um regime do tipo totalitario, a cultura portuguesa, como os demais sectores da vida nacional, encontrava-se subordinada ao Estado e servia de instrumento à propaganda política.
O modelo cultural encontrado para servir os interesses do Estado Novo recebeu o nome de "política do espirito" e foi delineado por António Ferro, que ocupava o cargo de director do Secretariado da Propaganda Nacional, desde 1933 até 1949.
A "política do espírito" pretendia ser o espelho de toda política de Salazar, confundindo-se com a propaganda ao regime. Como tal, as principais manifestações artística do Estado Novo evidenciaram-se nas obras arquitectónicas das exposições internacionais (com destaque para a Exposição do Mundo Português, em Lisboa, no ano de 1940) e em obras de elogio ao ideário nacionalista.

Política Colonial

O acto colonial, de 1930, defenia a posição política do regime em relação às colónias portuguesas, justificando a posse dos "dominios ultramarinos" através de uma " função histórica", já que seria missão dos portugueses "civilizar as populações indígenas".
O Estado Novo, ao longoo das quatro decadas em que vigorou, procurou reforçar, pela propaganda política, a ideia de que o imperio colonial era um patrimonio historico de que era legitimo tirar proveito, sendo que as populações indígenas beneficiariam com a presença dos portugues, mais evoluidos. O orgulho na posse de colonias era reforçado pela realização de exposições coloniais, como a Exposição do Mundo Português, de 1940, e compensava, espiritualmente, os portugueses da realidade dos sacrificios economicos vividos no quotidiano.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O Estado Novo

António de Oliveira Salazar tornou-se Presidente do Conselho em 1932, tendo no ano seguinte apresentado uma nova Constituição, que pôs fim à Ditadura Militar Portuguesa, e instaurando o regime a que a propaganda oficial chamou Estado Novo. Apesar de possuir algumas características semelhantes ao fascismo italiano de Benito Mussolini, o Estado Novo nunca se assumiu como sendo fascista.


Caracteristicas do Estado Novo:

-Foi criado um partido político oficial, a União Nacional, que transmitia o "espírito da Nação", enquanto que a oposição era duramente reprimida.

- Toda a vida económica e social do país foi organizada em corporações. O corporativismo estabelecia um maior controlo do Estado sobre as actividades económicas e dificultava a existência dos Sindicatos.

- A Igreja e o regime caminhavam lado a lado. Com uma ideologia marcadamente conservadora, o Estado Novo orientava-se segundo os princípios consagrados pela tradição: Deus, Pátria, Família, Autoridade, Hierarquia, Moralidade, Paz Social e Austeridade.

- A censura aos media procurou sempre não deixar avançar qualquer tipo de rebelião contra o regime, velando sempre pela moral e os bons costumes que Salazar defendia.


-A polícia política portuguesa, que teve várias designações PVDE (Policia de Vigilancia e Desfesa do Estado), PIDE (Policia Internacional de Defesa do Estado), DGS (Direcção-Geral de Segurança), que perseguia todo e qualquer opositor do regime.

- Uma política colonialista, que afirmava que Portugal como "um Estado pluricontinental e multirracial". Todavia, a partir de 1961, já com muitas pressões internacionais para o país conceder a independência às suas colónias.

- Criação de milícias, uma para defesa do regime e combate ao comunismo, a Legião Portuguesa e outra destinada a inculcar nos jovens os valores do regime, a Mocidade Portuguesa.